A construção de um ensino que faça mais sentido para os estudantes do século 21 depende da escuta dos próprios estudantes! O Faz Sentido oferece neste espaço recursos para que gestores, educadores e estudantes possam promover uma cultura de participação efetiva na escola e construir colaborativamente soluções para os mais diversos temas da educação.
É reconhecer os estudantes como sujeitos de direitos, oferecendo as condições para que os jovens e adolescentes participem ativamente da construção da educação (nas escolas e nas políticas educacionais). Você pode se perguntar: como, na prática, se fortalece a participação dos estudantes?
As possibilidades são muitas e vão desde práticas em sala de aula até o envolvimento dos estudantes na formulação, implementação a avaliação das políticas públicas. Abaixo, você encontrará algumas destas possibilidades. Mas, lembre-se, o importante é ter a mente aberta para as novas ideias que podem aparecer ao longo deste processo, e permitir que as ideias surjam dos próprios estudantes!
Para se conhecer mais sobre as diferentes Formas de participação Do estudante, acesse Capitulo 3 – Reconhecimento e Representatividade na escola em Diversidades, Equidade e Inclusão na Escola
A participação é um direito constitucional de todo cidadão brasileiro e essência da democracia. É elemento central para a criação de uma escola democrática, que faça sentido para toda a comunidade escolar, e que contribua para a formação de cidadãos conscientes e capazes de transformar a realidade em que estão inseridos. Ao envolver os estudantes em processos participativos, a escola desenvolve importantes habilidades como pensamento crítico, autonomia, empatia, cooperação, responsabilidade e a cidadania.
Para promover a participação, três princípios são essenciais. Em primeiro lugar é preciso que a escola acolha as diversidades dos estudantes. Depois, é necessário desenvolver a capacidade de participação dos jovens e criar as condições para que essa capacidade seja colocada em ação. Ao longo deste percurso, você encontrará estes e outros princípios norteadores.
A abertura do mundo adulto para dialogar e aprender com os jovens é fundamental para a qualidade dos processos de participação dos estudantes. Gestores, educadores e professores precisam estar dispostos a trabalhar de forma cooperativa com os estudantes. Processos feitos de forma colaborativa contribuem para o despertar do sentimento de corresponsabilização entre os estudantes. Os alunos passam a se sentir parte das decisões tomadas, aumentando o engajamento e tornando o processo educativo ainda mais legítimo e potente.
Além disso, vale destacar que participar não é algo simples, e nem todos os jovens sabem como fazê-lo. Para que a cultura de participação aconteça, é preciso que os estudantes desenvolvam as habilidades necessárias para participar, como pensamento crítico, a comunicação, argumentação, empatia e colaboração. Desta forma, a escola precisa dar insumos e o suporte necessário para que os estudantes desenvolvam essas habilidades e sintam-se preparados a contribuir com os processos participativos.
Muitos se perguntam se é possível promover a participação dos estudantes com poucos recursos. A participação não depende de investimento financeiro, mas da adoção de uma nova postura em relação aos jovens.
Para concretizar o percurso de Participação do Estudante na sua escola, sugerimos um percurso de três etapas: Reconheça o direito à Participação do Estudante; Promova a Participação do Estudantes; e Faça Acontecer. Clique nos botões abaixo e conheça o passo-a-passo e as ferramentas disponíveis para realizar cada uma delas!
Comunidade escolar
e estudantes
Escola em conjunto com
os estudantes
A participação dos estudantes só é efetiva se todos tiverem a oportunidade de se expressar e de serem reconhecidos em suas diferenças. Por isso, o momento do reconhecimento destaca a importância de compreender as diversidades e culturas juvenis e se/como elas estão sendo acolhidas no ambiente escolar.
A escuta dos estudantes pode ser feita através de rodas de conversa, questionários, ou qualquer outra forma que a escola acredite que faça sentido. Você pode utilizar um recurso que já exista na sua escola, como reuniões ou assembleias, por exemplo. Fique de olho para que a escuta seja inclusiva e capture múltiplas vozes, mesmo as mais silenciosas e/ou dissonantes. Para que o processo de escuta seja fiel à realidade, é fundamental que sejam ouvidos estudantes com histórico de maior e menor engajamento, com diferentes identidades e características: gênero, orientação sexual, raça/etnia, condição socioeconômica, contextos regionais, jovens que trabalham, mães e pais estudantes, além de outras especificidades.
Processos participativos exigem também o uso de linguagens acessíveis e que façam sentido a todos os envolvidos. Lembre-se de reconhecer as diferentes formas de expressão dos próprios jovens. Por exemplo, um estudante pode se sentir mais confortável para expressar suas opiniões de forma verbal, enquanto outro fica mais à vontade por meio da escrita. Lembre-se de registrar tudo o que surgir na escuta, pois esse conteúdo será utilizado ao longo do percurso. Contemplar os estudantes na análise e concepção de estratégias de comunicação das descobertas é essencial. Para legitimar o processo, os jovens precisam ter acesso a estas e outras informações relacionadas a formas de participação, bem como a outras de suas escolas e políticas públicas de educação de forma transparente.
Em conjunto com os estudantes, você desenvolverá propostas práticas para promover a participação deles a partir das descobertas realizadas anteriormente, com a escuta. Este é o momento em que a comunidade escolar é provocada a refletir sobre quais diretrizes e ações deseja desenvolver para garantir a cultura de participação do estudante.
As oficinas de cocriação, ou oficinas para criar soluções em conjunto, são um exemplo de como esta construção pode acontecer. De toda forma, a participação pode ocorrer de diversas maneiras e cada vez mais os jovens buscam meios diversificados de fazê-lo, tanto presenciais, quanto virtuais. Gestores e professores precisam respeitar e valorizar essas estratégias, afinal, todas são importantes formas de engajamento e interação dos alunos com a escola e os processos de aprendizagem.
Chegou a hora de implementar a cultura de participação na sua escola! Planeje, garanta as condições, implemente e acompanhe as soluções criadas colaborativamente. Lembre-se de considerar a participação dos estudantes também na formação deste Grupo de Trabalho. É provável que você se questione: “mas muito do que foi criado já foi colocado em prática ao longo do processo” e, se isso acontecer, ótimo! Agora, é hora de garantir que a participação se instaure de maneira sistêmica na rotina da escola. Para isso, é importante que sejam garantidas as condições políticas, de comunicação, formação e de recursos.
Construir um Plano de Ação que corresponsabilize os diferentes atores da comunidade escolar, bem como um Plano de Princípios Norteadores para a Formação de Educadores são ótimos caminhos para organizar este momento. Essas ferramentas podem nortear as atividades que devem ser implementadas.
Esta também é a fase para avaliar o percurso realizado. Os estudantes e os demais membros da comunidade escolar devem participar do processo e estabelecer momentos para refletir individualmente e em conjunto: