Prática
Comentários literários online: uma experiência youtuber

Atividade de literatura propõe que os alunos resenhem livros em vídeos caseiros no estilo youtubers e facetubers

Objetivos

  • Desenvolver o hábito e o gosto pela leitura de textos literários
  • Estimular a leitura de textos extensivos
  • Treinar com os alunos o posicionamento oral crítico sobre um produto cultural

Contexto

Geralmente, o ensino de literatura é reduzido à leitura de textos curtos, como pretexto para o estudo de gramática/reflexão linguística ou de gêneros textuais. É uma prática ainda muito pontual, que descaracteriza toda a real função e importância do trabalho com a literatura no contexto escolar. Além disso, muito se tem discutido sobre a falta de interesse dos jovens pela leitura. Dentro deste cenário, propor atividades de literatura com as quais os estudantes se sintam coautores, protagonistas, é fundamental – e uma ótima alternativa é aliá-las ao mundo das redes sociais.

Percurso

  1. Os alunos são provocados a ler romances para produzirem uma resenha ao final do bimestre. Exemplares da biblioteca são oferecidos individualmente e algumas leituras são promovidas em sala de aula, mas todos podem levar os livros para casa.
  2. Ao longo do período reservado à leitura, são realizadas rodas de conversa, em grupos ou com toda a turma, para que o percurso de cada estudante possa ser observado e para que dúvidas possam ser esclarecidas.
  3. Terminada a etapa de leitura, os alunos dividem-se em equipes para que elaborem resumos e resenhas acerca da(s) obra(s) lida(s), com base em um roteiro organizado pelo professor. Neste momento, o educador propõe que os conteúdos sejam apresentados oralmente, através de vídeos semelhantes aos produzidos por vloguers, youtubers e facetubers famosos (como Kéfera e Jout Jout, entre outros) – é importante, então, que os textos sejam produzidos como recurso para a fala, com público alvo definido e linguagem adequada (estas indicações devem constar no roteiro disponibilizado).
  4. Com os textos produzidos e revisados, os alunos, então, gravam seus vídeos, utilizando aplicativos de celulares (algumas possibilidades: InShot, KineMaster, VivaVideo, Cymera). O conteúdo pode ser captado em vários ambientes da escola, como biblioteca, quadra esportiva, sala de dança, ou nas casas dos estudantes.
  5. Ao terminarem as gravações, os vídeos são editados e postados, coletivamente, em uma página privada da turma em alguma rede social.

Dica

  • Toda a turma pode ler o mesmo livro ou obras diferentes, de acordo com a quantidade de exemplares que a escola tiver.
  • Em vez de determinar a(s) obra(s) de antemão, é recomendável propor e discutir algumas opções com a turma, para que os temas estejam de acordo com os interesses dos estudantes.
  • É recomendável escolher coletivamente a rede social na qual os conteúdos serão disponibilizados (em página privada), para que esteja de acordo com as preferências e realidade dos alunos.
  • Os tempos e espaços para a leitura e gravação dos vídeos devem ser amplos e abrangentes, respeitando as especificidades de cada estudante.

Recursos

  • Romances interessantes que possam ser distribuídos entre os alunos.
  • Celulares com acesso à internet.
  • Um grupo ou canal fechado para o compartilhamento dos vídeos – sugestão: Facebook.
  • Tempo – sugestão: um bimestre, já que cada aluno tem um tempo de leitura diferente.
  • Espaços flexíveis para leitura e para a gravação dos vídeos – sugestão: em relação à gravação, priorizar espaços fechados, para não comprometer o áudio.

Inspiração

Prática criada por Mel Silva, professora da rede municipal de Salvador (BA).

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